segunda-feira, 16 de maio de 2011

OESP: "USP vai investir R$ 70 mi em pesquisa: Um dos objetivos da universidade é aumentar sua projeção internacional"

Reproduzo abaixo notícia publicada hoje no Estadão como exemplo de iniciativa da USP no contexto do projeto político de projetar a universidade internacionalmente, citado no texto "Desdobramentos recentes: Partidos políticos, projetos em conflito e conceitos em disputa". Os grifos são meus.
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OESP - 16/05/2011
A Universidade de São Paulo (USP) investirá R$ 70 milhões no Programa de Apoio à Pesquisa. Esta é primeira vez que uma universidade brasileira coloca uma quantia tão significativa de recursos num programa institucional de incentivo à pesquisa. A ideia da universidade é aumentar o diálogo entre pesquisadores do mesmo tema dentro da instituição e, consequentemente, projetar a USP internacionalmente na área.
O Programa de Apoio à Pesquisa contém 43 propostas - 122 foram inscritas, com a participação de 2 mil docentes. Inicialmente, estavam previstos R$ 48 milhões. Mas, como a comissão avaliadora escolheu mais trabalhos, a reitoria decidiu elevar o valor para R$ 70 milhões, a serem investidos nos próximos dois anos.
São pesquisas das mais diversas áreas, como bioenergia, sustentabilidade, medicina, computação, neurociência, estudos internacionais, imunologia, políticas públicas e robótica, entre outras.
Para o pró-reitor de pesquisa da universidade, Marco Antonio Zago, a principal novidade é o caráter interdisciplinar dos estudos: um mesmo tema vai, obrigatoriamente, unir diversos tipos de conhecimento e diferentes unidades e campi da universidade. "Era isso que queríamos estimular na USP, com os pesquisadores se relacionando mais intensamente entre si", afirma. "Mas isso não desqualifica o outro tipo de pesquisa. Existem pessoas e grupos que trabalham isoladamente e têm produção de qualidade."
Para Zago, esse é um grande passo da USP rumo a uma fase de maior prosperidade científica no cenário internacional, impactando, até mesmo, na posição da instituição nos rankings.
Investimentos. A USP investe, por ano, do seu próprio orçamento, cerca de R$ 1,2 bilhão com pesquisa - sem contar as verbas provenientes das agências de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O dinheiro é investido principalmente na infraestrutura e manutenção dos ambientes de pesquisa.
"A obtenção de verbas fora da universidade é importante pelo recurso, mas também porque ajuda a disciplinar a pesquisa", diz Zago. "Mas a instituição também pode e deve fazer isso. E é o que estamos realizando: colocando recursos."
O principal diferencial desse programa, no entanto, é que a verba agora vem apenas da própria universidade, o que confere à instituição um maior controle sobre os estudos. "Não é controlar no sentido de "tomar conta", mas de indicar direções", explica Zago.
Incentivo. Para os pesquisadores contemplados com a verba, o estímulo com o novo programa é grande. Mesmo os grupos consolidados há anos enxergam na oportunidade uma forma de valorização de seus trabalhos dentro da universidade.
"A grande novidade é a USP ter entrado tão intensamente na pesquisa. Isso tem o valor simbólico, de a universidade reconhecer a nossa importância", afirma Nancy Cardia, coordenadora adjunta do Núcleo de Estudos Sobre a Violência (NEV) da USP, que existe há 22 anos.
"A universidade nos deu apoio durante todo esse tempo, mas também sempre tivemos de buscar outros recursos. Não creio que isso (essa busca) vá parar, mas, com o respaldo do programa, vamos procurar com mais tranquilidade." Segundo a professora, com a verba recebida, o NEV vai ampliar o rol de profissionais - o grupo conta com áreas como literatura, antropologia e medicina preventiva, entre outros.
A articulação entre diferentes grupos de um mesmo tema é vista com bons olhos pelos cientistas. "Isso vem do entendimento de que a própria USP deve aportar recursos em suas pesquisas", diz o professor Antonio Roque Dechen, coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa de Bioenergia e Sustentabilidade. "Essa gestão compartilhada vai possibilitar ampliações que vão ao encontro das demandas da sociedade."

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