sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Startup" da USP de Piracicaba está entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo


Por Elton Alisson, da Agência FAPESP
24/02/2012

Uma empresa localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo, está entre as 50 companhias mais inovadoras do mundo de acordo com o ranking da revista norte-americana de tecnologia Fast Company.

Trata-se da Bug Agentes Biológicos, start up fundada por estudantes de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), e que teve apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

A empresa de controle biológico foi apontada pela revista norte-americana como a 33ª mais inovadora mundialmente, na lista encabeçada pelos gigantes de tecnologia Apple, Facebook e Google. A Bug foi considerada pela publicação a mais inovadora do Brasil, à frente da Petrobras e da Embraer.

A Fast Company destaca que a Bug produz em massa vespas para combater larvas e percevejos que ameaçam lavouras de cana-de-açúcar e de soja, que representam as duas maiores e mais lucrativas culturas agrícolas do Brasil. E que, em 2011, começou a aperfeiçoar uma maneira de liberar as vespas que produz em plantações de cana-de-açúcar da mesma forma como os inseticidas são pulverizados sobre lavouras da cultura por meio de aviões.

“O Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo (atrás dos Estados Unidos e da União Europeia) e ultrapassou recentemente os Estados Unidos como o maior consumidor de pesticidas. A Bug tem a única alternativa aos inseticidas aprovado pelos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde”, afirmou a revista.

A Bug desenvolveu soluções a partir de um dos métodos mais antigos utilizados pela humanidade para controlar pragas agrícolas, em que se produz em grande escala insetos programados para atingir e controlar seus inimigos naturais no campo, evitando infestações e danos às plantações.

A empresa se destaca no setor de controle biológico ao produzir parasitoides específicos para controlar ovos de pragas, o que não costuma ser feito pelos insetos produzidos pelas empresas do setor, em sua maioria estrangeiras.
“Geralmente, as outras empresas de controle biológico produzem parasitoides que controlam lagartas, insetos que já nasceram, que atacam a planta e que só então serão controlados. Nós produzimos parasitoides que controlam o ovo da lagarta ou do percevejo, impedindo que eles venham sequer nascer e causar prejuízos”, disse Alexandre de Sene Pinto, um dos fundadores e sócio da empresa, à Agência FAPESP.

A empresa iniciou suas atividades produzindo microvespas Cotesia flavipes – que parasita lagartas (Diatraea saccharalis) de uma praga conhecida como broca da cana-de-açúcar, que ataca lavouras de cana – e Trichogramma galloi, que são parasitoides dos ovos da mesma praga.

Segundo Sene Pinto, utilizada no Brasil desde a década de 1970 no controle da broca de cana-de-açúcar, em um dos maiores programas de controle biológico do mundo, a Cotesia flavipes não estava funcionando bem em algumas áreas de cultivo da cultura no país nos últimos anos, o que levou à entrada de inseticidas no segmento.

“Isso nunca tinha ocorrido na cultura de cana-de-açúcar que, tradicionalmente, sempre utilizou controle biológico e não dava espaço para os agrotóxicos. Mas, de repente, os inseticidas começaram a ganhar espaço”, disse.
Para tentar frear o avanço dos produtos químicos na cultura da cana-de-açúcar, a Bug começou a produzir e a utilizar nas plantações da cultura vespas Trichogramma galloi, que até então não eram utilizadas no cultivo da planta.
Hoje, de acordo com Sene Pinto, a área plantada com cana-de-açúcar controlada com o inseto no Brasil aumentou de forma exponencial, atingindo 500 mil hectares. “É um programa de controle biológico único que caminha para ser um dos maiores do mundo”, disse.

Exportações

Além dos insetos para controle de pragas da cana-de-açúcar, a empresa começou a produzir vespas Telenomus podisi e Trissolcus basalis, que parasitam ovos de percevejos que atacam a soja. O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com a área plantada superior à da cana-de-açúcar.

Produzidos em pequenas quantidades desde 1980 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Bug começou a criar em maior escala os insetos no país e a disponibilizá-los aos agricultores. “O pouco que produzimos no começo não foi suficiente para atender a demanda dos agricultores”, disse Sene Pinto.

Segundo o pesquisador, a tecnologia de liberação dos insetos em campo, desenvolvida pela Bug, tem sido aprimorada com o passar dos anos pelo grupo de pesquisa que coordena na empresa.

O grupo estuda, entre outras questões, os efeitos do microclima e de microambientes na eficiência dos parasitoides, a quantidade de insetos por liberação, seus raios de dispersão, permanência em campo, associação com outros organismos e forma de liberação.

Além do Brasil, a empresa exporta insetos para Europa e Estados Unidos, onde ingressou comercializando ovos esterilizados com luz ultravioleta (UV) de uma traça inerte para multiplicação de Trichogramma.

“Hoje, a Bug conta com alguns investidores, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Criatec, e se transformou de firma limitada em sociedade anônima”, disse Sene Pinto.

Universidades brasileiras vão aos EUA conhecer centros de produção de conhecimento

17 de fevereiro de 2012
Assessoria de imprensa da CAPES
Representantes de 25 instituições de educação superior de todas as regiões do Brasil vão conhecer os principais centros de produção de conhecimento dos Estados Unidos. No domingo, 19, uma missão especial embarca para a América do Norte a fim de promover maior entendimento entre os sistemas de educação superior de ambos países e ampliar o intercâmbio de brasileiros para os EUA previsto no programa Ciência sem Fronteiras.

A delegação, que ficará naquele país até 3 de março, visitará universidades, empresas e laboratórios nas regiões oeste, meio-oeste e leste. Ao fim das visitas, estará em Washington para reuniões na Embaixada do Brasil e no Departamento de Estado norte-americano. Nos encontros, serão debatidos o intercâmbio acadêmico e científico e as oportunidades surgidas em função das visitas.

A organização da visita da missão especial está sob a responsabilidade da Embaixada dos EUA no Brasil, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o auxílio da Embaixada do Brasil nos EUA.

Bolsas — O programa Ciência sem Fronteiras foi criado para consolidar, expandir e internacionalizar a ciência e a tecnologia, a inovação e a competitividade no Brasil por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. Ele prevê a oferta de aproximadamente 100 mil bolsas de estudos, em quatro anos, a alunos de graduação e pós-graduação. Com o estágio no exterior, os bolsistas manterão contato com sistemas educacionais competitivos na área de tecnologia e inovação.

O Ciência sem Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com pesquisadores brasileiros em áreas prioritárias pré-definidas, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Faculdades de Direito das Américas, Europa, África e Ásia lançam liga global em São Paulo


Com objetivo de estimular ações conjuntas para a criação de cursos de verão, tribunais simulados, intercâmbios acadêmicos e uma agenda de pesquisas voltada à construção de modelos teóricos e práticos para o ensino do direito num ambiente globalizado, um grupo de faculdades de direito assinou ontem em São Paulo um acordo que cria a Liga Global de Escolas de Direito. A formação de advogados mais preparados para desafios globais em áreas como a de direito ambiental, penal, empresarial e de direitos humanos, e com capacidade de lidar com múltiplos ordenamentos jurídicos, constituiu o interesse compartilhado pelos participantes. 

Na ocasião, os participantes concordaram em redigir um estatuto para a rede, que será apresentado e discutido numa nova reunião em meados do ano na sede da Universidade de Tilburg, na Holanda. 

Ficou ainda estabelecido a organização de uma conferência anual em data próxima a um "curso de verão" oferecido a alunos das escolas participantes, a criação de um sítio eletrônico e a organização de comitês temáticos para formular atividades práticas, programas acadêmicos e livros didáticos. 

Para evitar excesso de membros ou a sua concentração em função da região de origem, serão ainda elaborados critérios restritivos para a incorporação de novos membros. A idéia é que somente poucas faculdades de cada parte do mundo componham a liga. 

Segue abaixo a lista das instituições representadas no evento. 


Membros da Law Schools Global League (LSGL)
EBS Law School
Alemanha
FGV-SP Direito GV
Brasil
Higher School od Economics Moscow
Rússia
IDC Radzyner
Israel
IE Law School
Espanha
Jindal Global Law School
Índia
McGill University
Canadá
Northwestern University
EUA
Universidad de Los Andes
Colômbia
Universidade Católica Portuguesa
Portugal
Universidade de Cape Town
África do Sul
Universidade de Nova York
EUA
Universidade de Pretoria
África do Sul
Universidade de Tilburg
Holanda
Universidade Nacional de Cingapura
Cingapura
University College London
Reino Unido